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Summit ESG: indústrias enfrentam o desafio da descarbonização


27/06/2024


O Summit ESG 2024, promovido pela Examea maior publicação de negócios do Brasil, debate neste ano as estratégias industriais para reduzir a pegada de carbono. 


"De carbono intensivo para neutro: A descarbonização nas indústrias de alta emissão", mediado por Marina Filippe, repórter de ESG da Exame, traz como debatedoras Heloisa Borges, diretora de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), e Luana Gaspar, head de Descarbonização na PSR. O painel faz parte da agenda do “Mês do ESG 2024”. 
 

Algumas indústrias, como pontua a representante da PSR, são conhecidas por terem uma dificuldade maior na redução de suas emissões por conta da intensidade de geração em seus processos ou mesmo pelo volume produzido. Em destaque estão a siderurgia, cimento e a indústria química. No Brasil, as indústrias siderúrgicas usam um grande volume de carvão mineral, mas também uma quantidade relevante de carvão vegetal. Há, atualmente, novas tecnologias em desenvolvimento (como o uso do hidrogênio e de eletricidade) e já aplicadas para reduzir as emissões, como o uso do gás natural - de origem fóssil. 


consumo energético no processo produtivo do cimento também é elevado e utiliza principalmente o coque de petróleo. A indústria brasileira já anunciou uma meta de descarbonização, lembra Luana. Já a indústria química tem dois sub-setores que são mais representativos em emissões: fertilizantes, que deve ganhar mais representatividade à medida que a produção for nacionalizada, e a divisão petroquímica, com a produção de plásticos, também muito intensiva em consumo de energia. 


"Estes três setores passam pela dificuldade de se descarbonizar de forma econômica e competitiva", resume Luana. 


Mas como o Brasil pode avançar na redução das emissões? A representante da EPE lembra que mais de 70% das emissões brasileiras não vêm da energia, mas sim do uso da terra e da agricultura, o oposto do que se vê no resto do mundo. "Isso acontece porque o setor energético já é muito descarbonizado". 


No entanto, quando se faz o recorte na energia, quase a metade das emissões vêm do transporte. A diferença é que o Brasil já olha para o setor mirando alternativas para a redução das emissões. 


Já a indústria responde por cerca de 30% do consumo energético do país e 20%, aproximadamente, das emissões relacionadas a energia. "Para algumas indústrias ainda temos grandes desafios em termos de padrão tecnológico de descarbonização. Precisamos nos concentrar naquelas indústrias de difícil descarbonização, por meio da substituição de combustível, de rota tecnológica por rotas menos emissoras", analisa Heloisa. 


Por outro lado, pondera a diretora da EPE, existe o fato de o Brasil estar em crescimento, o que torna essencial equilibrar o desafio. "Para impulsionar o crescimento do país a gente vai aumentar o consumo energético. "Precisamos entender como evitar esse aumento de emissão, como mitigar o que não for possível evitar e quais são as novas rotas tecnológicas que permitiram a compensação", completa. 

 

Fonte : exame



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