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É urgente uma mobilização nacional para fomentar a competitividade da indústria química


29/08/2024


Em um cenário de crescente debate sobre a neoindustrialização brasileira, um olhar especial sobre a indústria química tem ganhado destaque nas agendas políticas. No Congresso Nacional, temos marcado uma posição enfática sobre a necessidade de medidas urgentes para salvar esse segmento do surto de produtos importados que são desovados no país. Afinal, estamos falando de uma cadeia produtiva que emprega mais de 2 milhões de brasileiros e fatura mais de R$ 187 bilhões anualmente, números valiosos para o nosso mercado e que estão ameaçados.


Esses índices por si só dispensariam falar da essencialidade da indústria química para o Brasil. No entanto, nunca é demais reforçar que nosso país ostenta a 6ª posição no ranking mundial do setor. Também é imperativo lembrar que a química brasileira tem a menor pegada de carbono quando comparada com outros setores, sendo a mais sustentável do mundo. Em relação aos processos industriais, representa apenas 7% do total de emissões brasileiras.


Preocupada com a perda dessas e tantas outras capacidades competitivas, em consonância com as agendas do Governo Federal, temos pleiteado deliberações para frear a entrada predatória de itens químicos no Brasil. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), o aumento da participação das importações no consumo de químicos hoje chega a 47%. Esse inédito desequilíbrio na balança comercial, entre outros fatores, fez com que a indústria química brasileira operasse com apenas 64% de sua capacidade instalada nos primeiros meses desse ano.


Não podemos assistir de braços cruzados uma avalanche de produtos invadindo o país, atropelando nossa soberania e destruindo os empregos de tantos chefes de família. Sabemos que o Executivo está sensível a essa causa e por isso aguardamos com grande expectativa a inclusão de 65 produtos químicos à Lista de Elevações Transitórias à Tarifa Externa Comum (TEC). Na prática, esse grupo de itens deve ter um aumento temporário no imposto de entrada no país, dando um respiro ao setor que já enfrenta paralisia em suas plantas.


A aprovação de mecanismos de defesa comercial é urgente. Essas plantas, uma vez em hibernação, dado o processo produtivo específico do setor, dificilmente retomarão as atividades. Isso representa impactos negativos à indústria, mas sobretudo ao país, em razão dos efeitos do forte encadeamento que a química possui na economia como um todo.


A partir da Câmara dos Deputados, a Frente Parlamentar da Química acredita no potencial da indústria para potencializar a economia de forma responsável e sustentável. Para isso, todas as esferas da sociedade precisam tomar iniciativas e posicionamentos firmes. Por meio de diligências que preservem nossa integridade econômica e de políticas de incentivo à sustentabilidade, é possível construir um futuro no qual a indústria química contribua ainda mais para um país forte e competitivo.


Fonte : brasil247



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