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Brasil tem a 6ª maior indústria química do mundo, diz estudo


01/08/2024


A indústria química brasileira ocupa a 6ª colocação no ranking global de seu segmento, conforme relatório apresentado, em 2023, pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). De acordo com a entidade, o tamanho do mercado químico brasileiro é de US$250 bilhões, e no ano passado, o setor registrou um faturamento líquido de US$167,4 bilhões, 13,7% menor que o ano anterior. 


Segundo a Abiquim, o segmento químico no setor industrial é o terceiro maior em participação no Produto Interno Bruto (PIB) industrial, com 11% de contribuição (e 3% no PIB nacional). O mercado é responsável por gerar 2 milhões de empregos diretos e indiretos, e tem o segundo maior salário do setor industrial.


De acordo com Alexandrine Brami, CEO e Co-Founder do Lingopass, apesar de sua importância, a indústria química brasileira enfrenta desafios significativos. "A redução do uso da capacidade instalada e um aumento nas importações, a dependência de matérias-primas estrangeiras, especialmente produtos especializados e commodities químicas, têm sido um fator crítico para essa crise".


Investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D)


A empresária explica que, para superar a concorrência global, as empresas brasileiras do mercado químico têm investido em áreas de alta especialização e valor agregado, com foco em pesquisa e desenvolvimento (P&D). 


"A Raízen, por exemplo, tem direcionado investimentos para o desenvolvimento de biocombustível e já realizou sua primeira exportação para a Europa. E a parceria entre a Braskem e a francesa Veolia visa implementar um projeto de energia a partir de biomassa de eucalipto em Alagoas", afirma, pontuando que este último projeto, que conta com um investimento de R$ 400 milhões, busca reduzir as emissões de CO₂ em aproximadamente 150 mil toneladas por ano, alinhando-se aos objetivos da Braskem de reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em 15% até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2050. 


Outro exemplo trazido por Brami foi a Biolab Farmacêutica, que estabeleceu um centro de P&D no Canadá e, em 2022 adquiriu a Exzell Pharma consolidando sua infraestrutura local para melhor exportar sua linha de produtos de saúde animal. Por fim, outras empresas, como a Aché Laboratórios e a Eurofarma, "também têm firmado parcerias com centros de pesquisa nos Estados Unidos, fortalecendo sua presença global", destacou.


A pesquisa Investimentos na Indústria, da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontou que o percentual de grandes indústrias com planos de investimentos subiu de 68% para 73% entre 2023 e 2024. Pela primeira vez na série histórica, o percentual de empresas que pretendem investir no mercado externo alcançou 10%. Em 2023, a taxa era de 5%. 


Outro dado revelado pela pesquisa foi que os investimentos que abrangem a aquisição de ativos intangíveis ou produtos de propriedade intelectual, como despesas com P&D, softwares, banco de dados, entre outros, é o objetivo de 22% das grandes empresas entrevistadas. 


Brami lembra que, para que o setor químico brasileiro mantenha e expanda sua competitividade internacional, a capacitação das equipes é fundamental. "Projetos de P&D frequentemente envolvem colaborações internacionais e exigem habilidades específicas como fluência em idiomas e competências interculturais", diz a empresária, frisando que, dessa maneira, é possível facilitar a comunicação e a colaboração com parceiros internacionais - da mesma forma, é possível desenvolver habilidades interculturais que ajudem as equipes a trabalhar de forma mais eficaz em ambientes globais. 


"Treinamentos em sensibilidade cultural, particularidades do idioma estrangeiro e gestão de equipes diversificadas são importantes para o sucesso de projetos internacionais", ressalta a CEO do Lingopass, pontuando a importância da formação técnica e científica na equipe de funcionários. "Investir em programas de treinamento contínuo em novas tecnologias, processos químicos avançados e metodologias de pesquisa é crucial para manter a força de trabalho atualizada e competente", completa.


Para a especialista, parcerias com universidades e instituições de pesquisa também são cruciais para manter a força de trabalho atualizada e competente com formação técnica e científica. "A combinação desses elementos é vital para fortalecer o setor químico brasileiro no cenário internacional, garantindo sua capacidade de inovação e competitividade".


Fonte : terra



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